Eu acho não, eu tenho a certeza de tudo aquilo que a gente, eu falo até um adjetivo bem popular, escreveu em relação a essa paixão chamada futebol. E o mais importante é você se relacionar bem com o público, você saber que eles sempre tiveram seus pais, seus avós nos acompanhando. E não é, a gente tem que saber tratá-los.
São crianças aí que hoje estão em escolinha, tentando um espaço aí no esporte, seja de qualquer modalidade. E sermos carinhosos com todos eles, alguns já de idade, relembrando grandes momentos, mas é uma garotada que você tem que se dar o respeito, respeitá-los, e que eles consigam aí, através de tudo que eles querem como realização de um esporte, a gente também incentivá-los. Eu acho que isso é fundamental.
Eu sou um ser humano, que eu saí do interior de 20 mil habitantes, como é aqui, parece que 25, 27. E a minha vida foi numa cidade como o Rio de Janeiro, tendo a ajuda de grandes ex-atletas, de grandes professores. E a gente se sente muito feliz sabendo que também tem esse trabalho aqui, e que eles amanhã podem estar aí num cenário divulgando o nome da sua cidade, o nome de seus pais, o próprio nome deles, e deslanchar em qualquer esporte, não precisa ser especificamente o futebol, mas a prática do esporte em si, de qualquer modalidade, ele sociabiliza. E isso eu acho que é o fundamental para a decolagem dessa garotada.
Eu tive, como eu disse, com você, tive a oportunidade de te entrevistar lá em Pedra Azul, e ver essa sua tranquilidade, depois de todo esse sacrifício, você falar assim de… Esse sacrifício era pela inspiração, para inspirar essa garotada também, e vale a pena, vale a pena. E dizer da sua simplicidade, da sua atenção, agradecer por isso, parabenizar por isso, isso também nos deixa com tanta satisfação. Passar por tudo isso aí, por todo esse cansaço que é esse deslocamento, e ainda ter a atenção com a gente, que acaba sempre importunando um pouco mais, agradecer de forma muito especial, por toda a atenção, por tudo que vocês estão fazendo, é um projeto que realmente inspira cada um de nós.
É um agradecimento, acho não, eu tenho a certeza que tudo que aquela… Eu com meus 72 anos hoje, tudo que aquela geração Zico fez, dentro das escolhas que cada um se juntou, aquela década de final de 60, 67, 68, e o mínimo que cada um passou por essa sigla, no mínimo 15, 16 anos honrando e conquistando essa torcida maravilhosa. E é muito gratificante, é gratificante porque vocês, como jornalista, como repórter, absorvem tudo aquilo que nós estamos tendo uma oportunidade de vir no interior de Minas, passamos pela Bahia, Vitória da Conquista, e deixar esse carinho, essa energia positiva de tudo aquilo que a gente se dedicou, de tudo aquilo que a gente se propôs a fazer, e você chegar numa cidade interiorana, como eu disse, da qual eu saí, e da qual vocês vivem, a gente deixar coisas positivas, para que esses garotos possam deslumbrar as suas escolhas em relação a qualquer modalidade de esporte, e principalmente o futebol.
Abusando ainda mais um pouco da sua boa vontade, nós temos aqui, por exemplo, Cleito, que é da nossa cidade, que foi campeão da Uefa pelo Porto, jogou no Atlético Mineiro, campeão do Copa Comembol, e é esse privilégio que nós temos, e isso é bom, e vocês vindo aqui é uma inspiração para essa criançada dizer, é possível. É, e é sempre tudo isso mesmo que você está falando, a garotada em si, ela se espelha, por exemplo, no Andrade, em jogadores que fizeram… O deus da raça! É, também, naquela volúpia, naquela vontade de entregar, se entregar no futebol. O Andrade sempre soube que nunca foi um jogador de qualidade técnica, mas era um jogador de bom posicionamento, de uma… antever jogadas dentro do campo, e isso era fundamental para quem tinha uma posição de defesa, orientava bem os jogadores que estavam ao meu lado, os que estavam na frente, e a gente vai ganhando confiança, e vai fazendo o arroz com o feijão, e vai ganhando espaço junto com eles.
Eu fico muito feliz em ter deixado uma história maravilhosa em contexto, junto a essa sigla, Clube de Regatas do Flamengo, e principalmente os meus amigos de trabalho. A gente fala geração Zico, e eu vou deixar uma coisa que eu mexo muito com ele, que ele é um egoísta, porque ele começa o nome dele com A, Arthur, e abraça toda a galera que teve a oportunidade de jogar em todo o alfabeto, porque ele tem o apelido de Zico. Então é de A a Z, quem teve o privilégio, a oportunidade de conviver, de ter esse presente. Se sinta feliz, porque com ele a gente aprendeu muita coisa, em termos de união, em termos do trabalho, em treinamento. O Arthur é uma pessoa fantástica, uma pessoa que deixa marcas semelhantes a esse saudoso Edson Arantes do Nascimento, o nosso Pelé. E o Zico é uma pessoa diferenciada também.
Muito obrigado, satisfação enorme tê-lo aqui conosco, conhecê-lo, essa simpatia. Nós desejamos um bom retorno, que Deus abençoe, que retorne em paz, que consiga, na medida do possível, descansar e voltar pra casa, são e salvo com a proteção do Senhor. Amém.
A gente sempre pede, eu sou um cara ecumênico, gosto de religião. Peço também a vocês que vocês, ao encerramento de mais um ano, que vocês tenham um Feliz Natal, um próspero Ano Novo, com muita saúde, que o trabalho continue te dando essa honra de encontrar pessoas, de vocês divulgarem não só o assunto de futebol, de colocarem notícias pra que cada vez mais o ser humano brasileiro se conecte com vocês e possam escolher uma vida brilhante, uma vida de uma formação que alegra não só a família, não só os amigos, mas esse paixão de amor e de misericórdia, que é através dele que a gente caminha por aqui.




