Enfim, uma boa notícia para quem ainda acredita que o futebol não deve ser apenas espetáculo para elite, mas paixão popular. A Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou nesta quarta-feira (20) o Projeto de Lei 3.319/25, que autoriza o retorno da “geral” aos estádios do estado, incluindo o Mineirão.
A medida, proposta pelo deputado Bruno Engler (PL), corrige uma distorção criada anos atrás, quando os estádios foram transformados em arenas modernas, mas afastaram o torcedor mais humilde. Com a retirada do limite de apenas 20% para setores sem cadeiras, abre-se espaço para que a arquibancada volte a ser do povo, como sempre foi.
E não se trata apenas de nostalgia. A “geral” carrega o DNA do futebol brasileiro. É o lugar onde o torcedor canta mais alto, onde a emoção pulsa sem amarras, onde se aprende que futebol é muito mais que consumo: é pertencimento. O ingresso mais barato, previsto em lei, é um gesto de justiça com aqueles que sustentam a festa das arquibancadas há décadas.
Claro, haverá quem levante a bandeira da segurança. Mas sejamos justos: não é a cadeira que impede confusão. O que garante tranquilidade é gestão séria, planejamento e respeito ao torcedor. A “geral” não é sinônimo de desordem, é sinônimo de autenticidade.
A audiência realizada em maio, que discutiu a retirada das cadeiras do setor amarelo do Mineirão, já mostrava o quanto essa demanda é legítima. Agora, com a aprovação do projeto, Minas dá um passo importante para resgatar a alma do futebol.
O Mineirão sem geral nunca foi o mesmo. Com ela de volta, o grito das arquibancadas vai ecoar ainda mais forte. O futebol mineiro volta a ser do povo. E é assim que tem que ser.




